quinta-feira, 1 de abril de 2010

a influencia da contracultura dos anos 60 no Brasil - surge a tropicalia!

“Caminhando contra o vento / sem lenço sem documento / no sol de quase dezembro / eu vou”.



Deu para aprender um pouquinho com os textos da Queila? Agora vamos ver o que tudo isso influenciou aqui no Brasil e o que surgiu com a nossa contracultura.

Os jovens não sofriam com o medo de se alistado para a guerra, mais a ditadura tomava conta de todos que se viam sufocados querendo gritar pelos seus sonhos, medos e desejos.

A busca por novos campos de expressão (luta oriunda principalmente da contracultura européia) entra em choque com a necessidade brasileira de mostrar pro próprio país a originalidade não só da música como da arte brasileira,



O que foi a ditadura?

A ditadura militar foi um dos períodos mais conturbados da história do Brasil e esse tipo de governo teve inicio em abril de 1964 depois de um golpe que havia sido dado pelas Forças Armadas.

Esse golpe foi recebido como sendo um alivio para os americanos que ficaram mais satisfeitos de ver o Brasil não seguir o mesmo caminho de Cuba onde tinha a guerrilha que era liderada por Fidel Castro que tinha tomado o poder.

Depois de ter passado um tempo após o golpe vieram então os atos institucionais que eram artificialismos que foram criados para dar legitimidade jurídica a ações políticas contrárias à constituição brasileira o que culminou numa ditadura.

O começo de um movimento.

Em outubro de 1967, houve o III Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record de São Paulo aonde foi apresentada ao publico as musicas "alegria, alegria" e "domingo no parque".


As musicas se destoavam das outras canções por não se enquadrarem nos limites que se dominava MMPB.

O publico era formado por uma grande massa de universitários, jovens que com os desejos aflorados buscavam uma resposta e um impulso para a liberdade.

Os critérios foram confundidos, e o publico entusiasmado com a nova brasilidade que vinha das musicas deram ênfase a desconfiança de uma mensagem sócio-política dentro das canções de Caetano e Gil.

Essa ambigüidade foi o ponto de partida para um novo movimento. "Alegria, alegria" apresenta a identidade da tropicália uma musicalidade incrível e criticas sócias que levavam os jovens a um questionamento positivo e construtivo.

Logo apos a sua explosão inicial, a mídia intitulou esse acontecimento como o surgimento de um novo acontecimento, e de ramo nome a isso de "Tropicalismo".

Disse Gil sobre o fato, "Na verdade, eu não tinha nada na cabeça a respeito do Tropicalismo. Então a imprensa inaugurou aquilo tudo com o nome de Tropicalismo. E a gente teve que aceitar, porque tava lá, de certa forma era aquilo mesmo, era coisa que a gente não podia negar. Afinal, não era nada que viesse desmentir ou negar a nossa condição de artista, nossa posição, nosso pensamento, não era. Mas a gente é posta em certas engrenagens e tem que responder por elas"

Muita polemica foi geradas no inicio, houve uma ruptura em diversos níveis comportamentais, políticos- sócias e estéticos transformando-se na cara da contra cultura brasileira.

Seus heróis e colaboradores passaram a serem amados com a mesma intensidade que eram odiados.

O tropicalismo se estendia alem da cena musical, no teatro havia experiências semanais do Grupo Oficina, no cinema Glauber Rocha deu inicio ao cinema novo com o lançamento do filme Terra em Transe, nas artes plásticas Helio Oiticica deu forma ao movimento criando o Parangole.

Essa radicalização das questões colocadas pelas artes nos anos 60 fez com que a Tropicália fosse à fase positiva e culturalmente inovador gerado através do grito de alguns como resposta ao golpe militar de 1964.

Aqui no Brasil foi impossível haver a idéia de “loucos e coloridos anos 60” que tinham os hippies, devido à repressão do governo. Ate mesmo a formação de comunidades era algo complicado, pois havia a forte perseguição policial contra os cabeludos, os músicos e aqueles que se vestiam com roupas coloridas e desenhadas. Mas mesmo assim é possível se dizer que, os “hippies brasileiros” mudaram costumes e revolucionaram a história militar.





Influências: movimento antropofágico, pop art., concretismo



Movimento antropofágico

Grande parte do ideário do movimento possui algum tipo de relação com as propostas que, durante as décadas de 1920 e 30, os artistas ligados ao Movimento antropofágico promoviam (Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Pagu entre outros): são especialmente coincidentes as propostas de digerir a cultura exportada pelas potências culturais (como a Europa e os EUA) e regurgitá-la após a mesma ser mesclada com a cultura popular e a identidade nacional (que em ambos os momentos não estava definida, sendo que parte das duas propostas era precisamente definir a cultura nacional como algo heterogêneo e repleto de diversidade, cuja identidade é marcada por uma não identidade, mas ainda assim bastante rica).



Pop art.

A grande diferença entre as duas propostas (a antropofágica e a tropicalista) é que a primeira estava interessada na digestão da cultura erudita que estava sendo exportada, enquanto os tropicalistas incorporavam todo tipo de referencial estético, seja erudito ou popular. (Acrescente-se a isso uma novidade: a incorporação de uma cultura não necessariamente popular, mas pop). O movimento, neste sentido, foi bastante influenciado pela estética da pop art. e reflete no Brasil algumas das discussões de artistas pop (como Andy Warhol).



Concretismo

Ainda que tenha sido bastante influenciado por movimentos artísticos que costumam estar associados à idéia de vanguarda negativa, o Tropicalismo também manifestou-se como um desdobramento do Concretismo da década de 1950 (especialmente da Poesia concreta). A preocupação dos tropicalistas em tratar a poesia das canções como elemento plástico, criando jogos lingüísticos e brincadeiras com as palavras é um reflexo do Concretismo.



Nomes ligados à Tropicália



Hélio Oiticica

Caetano Veloso

Capinam

Gal Costa

Gilberto Gil

Glauber Rocha

Guilherme Araújo

Jorge Ben

Jorge Mautner

Júlio Medaglia

Lanny Gordin

Maria Bethânia

Nara Leão

Os Mutantes (Arnaldo Baptista, Sérgio Dias e Rita Lee)

Rogério Duarte

Rogério Duprat

Tom Zé

Torquato Neto

Waly Salomão

Sérgio Sampaio


Caetano

Gil


Maria Betania



                                                           Os Mutantes



                                                                       Jorge Mautner


Helio Oiticica

Gal


Tom Ze




Esse texto foi escrito no segundo semestre de 2009 como introducao a minha pesquisa para o desenvolvimento da minha colecao baseada na Tropicalia

Nenhum comentário:

Postar um comentário