quinta-feira, 1 de abril de 2010

Tribos Urbanas – O Movimento Hippie

ou dividir com vcs, um texto que minha querida professora Queila Ferraz (professora de desenho tecnico) que tive a oportunidade de conviver durante dois anos na Belas Artes, fez sobre a moda Hippie e suas influencias.
o texto eh voltado para a moda e o esteriotipo que se criou em cima da contracultural dos anos 60-70, vale a pena ler e entender um pouco sobre essa forma de se vestir que ate hj faz a cabeca de milhares de pessoas ligadas a revolucao, ao rock, a psicodelia, e a busca pela paz e liberdade. 





Movimento de juventude que nasceu na Califórnia, na América do Norte em 1966. Hip significa zombar e melancolia. Pacifista, pregava a filosofia do amor (filosofo significa amigo do saber). Jovens estudantes reuniram-se para expor ao ridículo a guerra do Vietnã. Foi um ato de zombaria que revelou o desencantamento de uma juventude sem ideal.


O traje desse movimento era composto de calças de jeans, pantalonas com boca de sino, e no lugar de camisas e blusas, ambos os sexos usavam batas indianas, como apego a culturas distantes deste mundo massificado e corrompido pela guerra e pela sociedade de consumo. A estética hippie é também conhecida como a estética da flor e do amor.

A característica básica dessa moda foi o uso da cor. Introduziu o estilo unissex e seu gosto pelo colorido estava associado à cultura psicodélica. As roupas eram, em geral estampadas e faziam alusão aos símbolos do movimento: paz e amor, além de flor e motivos orientais. Moços e moças usavam cabelos longos, repartidos ao meio com ar angelical. Os sapatos e bolsas tinham aspectos artesanais, próprios de culturas não industrializadas. Houve grande valorização de adornos de origem folclórica.

Sobre a revolução que estava começando pregavam que questionaria não só a sociedade capitalista como também a sociedade industrial. Para eles a sociedade de consumo deveria morrer de forma violenta. A sociedade da alienação deveria desaparecer da história.


Estavam inventando um mundo novo e original, e com a imaginação estavam tomando o poder. Estas eram as palavras do manifesto afixado à entrada da tradicional Universidade de Sourbonne, durante as manifestações estudantis que abalaram Paris e o mundo em maio de 68. Suas palavras poderiam figurar em qualquer texto de qualquer canto do planeta nos anos 60.

A guerra fria se acirrava por meio da obsessiva corrida armamentista e espacial. Tal fenômeno político foi marcado pela construção do muro de Berlim, em 1961, que dividiu o mundo no plano simbólico entre os azuis e os vermelhos. Neste contesto, ganhava o centro das atenções à revolução socialista em Cuba que trazia a ameaça vermelha para a América e fortalecia os soviéticos. A ofensiva do Tio Sam disseminou o vírus das ditaduras militares no continente e, nós brasileiros também sofremos dessa irradiação.




Outras manifestações do jogo da guerra fria foi a guerra do Vietnã, onde morreram milhares de jovens americanos, crianças, jovens e velhos vietnamitas, em nome da absurda causa alheia, some-se também a isso o assassinato de John e Bob Kennedy, e do líder negro pacifista Martin Luther King, o crescimento da sociedade industrial de consumo e o ascendente fenômeno da juventude como nova força, incluindo a política. Muitos Power surgiram como o Black Power, o Gay Power, o Wamens Lib.


Os anos 60 foram, sobretudo, de uma nova juventude, que também transviada, substituiu James Dean e Elvis Presley pela rebeldia política de Che Guevara e a moral sinalizada por Jimi Hendrix e toda uma constelação de pop-stars que morreu vítima da overdose de drogas.


Novos posters na parede, novas idéias na cabeça – estranho apresentar um líder da revolução cubana, morto em combate nas selvas bolivianas, ao lado do revolucionário guitarrista de Woodstock, morto em 1970, em Londres por uma intoxicação de barbitúricos.


Representaram as duas faces da mesma moeda da década, duas maneiras de viver, sonhar e morrer; ou se vivia, ou se sonhava, ou se morria com eles, ou tudo isso junto. O que importava era a revolução, desde que em benefício do homem, em nome da liberdade. Assim, se chamava para agir sobre o seu tempo, gente como o Zaratustra do rock, Jim Morrison e sua melancólica banda The Doors.

Dois ideais corriam paralelos, de um lado a revolução política, de outro, a cultural, propondo chacoalhar as bases da cultura oficial, propondo transformações comportamentais. Uns adaptados à disciplina militar partidária, outros, inadaptados a tudo que não fosse o próprio desejo. Os primeiros atuavam por meio de partidos e grupos políticos, os segundos, pelas formas alternativas dos grandes encontros comunitários, happenings e concertos de rock. O que para uns era o ponto de partida para outros era o ponto de chegada, fazer a revolução coletiva partindo da individual ou a individual pela coletiva.

Acreditava-se que apenas numa sociedade livre da exploração capitalista do homem pelo homem é que o indivíduo podia gozar de liberdade, de autonomia. Os que faziam o caminho inverso, da parte para o todo, afirmavam que apenas o homem consciente da sua individualidade poderia libertar a sociedade de toda a milenar carga opressiva. A equação pode assim ser resumida: é preciso ser livre, para libertar a sociedade, ou, só se é livre em uma sociedade livre.

Sobre esses jovens Eric Hobsbawm (1995) em A Era dos Extremos, fala que pregavam “que sem revolução não há tesão, e sem tesão não há revolução”. Isto levou a que, enquanto alguns jovens levantavam a bandeira socialista, outros erguiam o pensamento existencialista. Os mais afinados com os acordes de Hendrix defendiam que a maior contribuição se dava, sem dúvida, no plano comportamental que materializava uma nova cultura, a contracultura.


Para o time de Che, os anos 60 significaram a prisão, exílio ou a tortura. Habitavam apartamentos clandestinos ou viviam na selva em guerrilhas, num momento de tensão e participação. Para os de Hendrix, em comunidades espalhadas pelo mundo sem fronteiras, habitando barracas e colchonetes ao ar livre, num momento de alegria e descompromisso, assistindo a festivais de rock, curtindo o corpo nu, o poder das flores e a distância dos males da civilização. Jovens da baioneta e da guitarra. No slogan “sexo drogas rock’n roll” e política, no fundo buscavam apenas o direito de o homem ser livre e feliz longe das guerras através da oposição à cultura dominante que os convocava para morrer numa guerra sem pátria.

O movimento de contracultura foi à guerra dos ideais contra a guerra da idéia de dominação da cultura capitalista ocidental norte-americana contra a cultura comunista russa e asiática que tentava avançar pelo resto do planeta.

Movimentos de Cultura e Contracultura


A cultura oficial se assentava sobre os valores que exaltavam o trabalho, a especialização da mão-de-obra, o elogio à máquina, à razão, à objetividade, etc. A cultura underground, marginal se opunha a tudo isso, propondo um retorno hedonista à natureza, onde o novo homem deveria estar de acordo com seus instintos, diferentes dos que são artificialmente instituídos pela indústria cultural.

Para a contracultura, há coisas mais importantes do que ficar lustrando carros e contando notas verdes, acumulando eletrodomésticos; havia chegado a hora do poder da flor se opor ao das armas e das máquinas. A filosofia do flower and power era drop out, saltar o muro e cair fora do sistema desacreditado. Sexo, drogas e rock’roll: a imaginação, um poder novo, dentro de um submarino amarelo.




Para maiores referencias esteticas, assistam o filme Hair, que conta a historia de um jovem do interior dos e.u.a que vai ate Nova York para se alistar para a guerra do vietna e nesse meio tempo conhece um grupo de hippies e se tornam grandes amigos.
O filme e um musical gravado em 1979.


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